Os pacientes internados em unidades de tratamento intensivo (UTIs) requerem maior cuidado e atenção médica devido ao risco de morte envolvido. Esse perfil de paciente é uma das principais preocupações das operadoras de saúde suplementar por conta da gravidade dos casos e dos altos custos agregados. Desde o ano passado, uma empresa especializada em auditoria em saúde vem testando um novo formato dentro dos hospitais com o objetivo de ajudar as operadoras na boa gestão de custos e mitigação de riscos. Trata-se da auditoria médica em unidades fechadas, uma modalidade que permite controlar de perto todos os processos envolvendo o paciente internado em UTI.
A ideia partiu da equipe técnica da True Auditoria, uma organização com mais de 10 anos de experiência em auditoria e compliance em saúde. Diversas operadoras de saúde suplementar viram seu custo subir exponencialmente no período pandêmico, especialmente, devido ao aumento do número de pacientes graves internados e, principalmente, pela escassez e alta dos preços de materiais e medicamentos hospitalares. Com a atenção mais voltada às unidades de tratamento intensivo, a situação estimulou a empresa a criar o modelo intensivista, que busca, além da redução de custos, aproximar o paciente da operadora de saúde, aprimorando processos e humanizando ainda mais o atendimento. A iniciativa foi criada com base em protocolos internacionais, frutos de intercâmbio da True com instituições americanas para a construção do modelo adotado.
Segundo a diretora técnica da companhia, Dra Camila Rodrigues, o modelo também atendeu às queixas de beneficiários sobre a demora para alta ou transferência de quarto. “Notamos que muitos pacientes ou familiares de beneficiários internados questionavam o tempo de permanência na UTI mesmo após a redução de complexidade do quadro. Isso pode ocorrer pela falta de leitos disponíveis ou até mesmo pela alta demanda de um hospital, onde o médico tem um volume maior de pacientes para visitar e dar alta. Então, decidimos testar a modalidade e tivemos resultados surpreendentes logo no primeiro mês, além de maior satisfação dos usuários”, explica.
O modelo é construído de acordo com políticas de governança clínica e compliance e consiste em um acompanhamento diário feito por um auditor com especialização médica em terapia intensiva. A empresa exige ao menos 10 anos de carreira aos candidatos interessados, além de experiência comprovada em supervisão ou chefia de equipe e título de especialista em terapia intensiva. O profissional passa também por uma capacitação em auditoria em saúde. No hospital, o médico auditor pode acompanhar de perto todo o planejamento e histórico de evolução do paciente, bem como as prescrições de medicamentos, terapias utilizadas, realização de exames e ainda pode discutir o diagnóstico junto ao médico assistente e a equipe responsável.
De acordo com os primeiros estudos feitos pela True Auditoria, em 180 dias após a implantação do modelo intensivista já se observa uma redução significativa tanto da complexidade, para fins de cobrança, quanto do tempo de permanência em UTI.
De acordo com a Dra Camila Rodrigues, a melhor gestão de recursos e de leitos alcançadas a partir da auditoria médica em unidades fechadas pode contribuir para melhorias da operadora de saúde. “Uma economicidade feita a partir de uma gestão dedicada como essa favorece a saúde financeira da organização, que pode investir na ampliação da rede, tecnologias, benefícios, entre outros. O médico auditor intensivista é a garantia de zelo tanto ao paciente quanto às operadoras de saúde suplementar”, destaca.